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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Histórico Genealógico

ORÍGEM DA FAMÍLIA
A família Borges de Barros, surgiu na Bahia na metade do século XVII, quando da união do Capitão João Borges de Macedo com D. Maria de Barros.
O Capitão João Borges de Macedo filho de Domingos Borges e de Maria da Penha, ambos naturais de Domdurão - São Tomé das Lamas, Termo da Vila de Cadaval, Arcebispado de Lisboa; casou-se com D. Maria de Barros, filha de Salvador Vieira, sendo ele natural da Ribeira de Suas, Termo de Braga.
O Capitão João Borges de Macedo notabilizou-se a partir de 1634, quando serviu ao Reino de Portugal durante 17 anos efetivos, nos conflitos ocorridos nas Capitanias da Bahia e de Pernambuco contra os Holandeses, sendo os primeiros anos em terra, tendo posteriormente participado de campanhas marítimas.

Fr. Jaboatão, novo Orbe Seráfico, II , 3 parte.

CONTEXTO SOCIAL

Durante a primeira metade do século XVII, viveu a Região Nordeste do Brasil um período bastante tumultuado com as investidas dos Holandeses, que inconformados com a perda de lucros que obtinham no transporte, refinação e comercialização do açúcar brasileiro, tentavam reaver o mercado e restabelecer o comércio com a Europa.
Após o insucesso da invasão na Bahia, uma segunda expedição também preparada pela Companhia das Índias Ocidentais, empreendeu novo ataque no dia 13 de fevereiro de 1630, desta vez à Capitania de Pernambuco.
Apesar das inúmeras tentativas de defesa preparadas por Matias de Albuquerque, obstruindo o Porto e posicionando canhões ao longo das praias de Olinda, não foi possível evitar a segunda invasão dos Holandeses em terras brasileiras.
Entretanto, repetiram-se o ocorrido na Bahia em 1624, havendo bastante resistência, mediante guerrilhas sob o Comando Luso-Brasileiro de Henrique Dias, Martim Soares Moreno e Filipe Camarão que se concentraram a alguns quilômetros do Recife, no Arraial de Bom Jesus.

CAMPANHAS DE INFANTARIA

Foi durante esse período de resistências, que o Coronel João Borges de Macedo começou a atuar na infantaria, participando em diversas ocasiões de batalhas, principalmente na do Cabo de Santo Agostinho, na qual o inimigo compareceu fortemente armado.
Na do Porto Calvo, em que o Coronel foi ferido na perna esquerda por um projétil.
Na de Mata Redonda, onde foi derrotado a 18 de Janeiro de 1636, sob o comando do General D. Luiz de Rojas, que ao atacar o bosque onde se condensara o inimigo, na tentativa de envolvê-los, foi surpreendido juntamente com seus comandados tendo tombando o General espanhol aos primeiros tiros.
Na marcha que com 200 homens fez o Capitão Rabelinho, penetrando a campanha do inimigo por sessenta léguas.
Na de São Lourenço em 22 de Abril de 1636, quando acompanhou aos capitães até que se retirassem da Bahia. Procedendo, em todas estas ocasiões com conhecido valor, sem soldo ou dispêndio algum à Fazenda Real.

CAMPANHAS MARÍTIMAS

Os demais anos serviu o Capitão João Borges de Macedo no mar com bastante bravura, onde fez diferentes serviços a Sua Majestade. Com uma embarcação, acompanhando ao Conde da Torre D. Fernando Mascarenhas, Governador e Capitão General das armadas Reais, primeiro Português que durante a dominação castelhana teve o cargo de ambas as armadas, vencendo os Holandeses no Porto de Touros.
Voltando à Bahia, transportou por ordem do mesmo General, mantimentos e munições ao Mestre de Campo Luiz de Barbalho.
Foi incumbido pelo Marquez de Montalvão, D. Jorge Mascarenhas primeiro Vice Rei, a levar socorro aos Capitães Paulo da Cunha Souto e a André Vidal Negreiros, provocando transtornos e inquietação ao inimigo.
Na ocasião em que o mesmo Marquez de Montalvão, o mandou desalojar os Holandeses que estavam fortificados no Rio Real levando socorro em mantimentos e munições com grande risco de vida.
Em outras campanhas, foi incumbido pelo Governador e Capitão General Antonio Telles da Silva, a levar por diversas vezes mantimentos à infantaria que estava no Rio Real, e depois à Torre de Garcia D’ Ávila, os petrechos e outras cousas para a infantaria que marchava em direção do mesmo rio.
Por ordem do General Antonio Telles da Silva, foi a Pernambuco, de onde retornou com o Capitão Bartholomeu Aires, trazendo açúcar e escravos que pertenciam à Fazenda Real.
Assistiu o Capitão João Borges de Macedo, na Torre de Garcia D’ Ávilla, alertando as embarcações aliadas da presença do inimigo na Ilha de Itaparica, e retornando a Pernambuco, carregado com munição, no trajeto, foi perseguido pelo inimigo, refugiando-se em um rio após lutar todo um dia contra uma sumaca Holandesa, e estando o inimigo com dois ou três patachos, e vendo que não lhes podia resistir pôs fogo em tudo, tendo ficado ferido em uma perna.
Tornou logo após a Garcia D’Ávila, para esperar a Armada Real, em cuja capitania se incorporou.
Com 300 homens foi em socorro à Capitania de Pernambuco, retornando com o Capitão Zenóbio Achioly de Vasconcellos, trazendo as bandeiras conquistadas nas batalhas de Guararapes.

No Governo do General João Rodrigues de Vasconcelos “O Conde de Castelo”, que governou de 1650 a 1654, tendo sido o Capitão incumbido de levar mensagem a Portugal, e alguns dias depois estava de volta à Bahia.
Com sessenta homens, cumprindo ordens do Conde de Castelo, abordou um patacho Holandês que estava impedindo a entrada de embarcações com carregamento de farinha, no local conhecido como Baixo de S. Antonio, os soldados atemorizados lançaram-se ao mar e deixou desamparado o Capitão João Borges, juntamente com um irmão e alguns escravos, ficando o Capitão com muitos ferimentos mortais. Em consequência, foi o Capitão rendido e levado com sua caravela, ainda carregada com bastante fazenda originária de Lisboa para Recife, onde esteve um ano prisioneiro, e logo após este período, foi levado para a Holanda. (Anais do Arquivo Público da Bahia v.6 p.199. certidão de Bernardo Ravasco, 1686. ms. Arquivo Histórico Ultramarino)
D. Maria de Barros, companheira do Capitão João Borges de Macedo morreu viúva em 1695. (Livro 3o do Tombo do Mosteiro de São Bento, da Bahia)

Nota:.Na patente do filho Domingos Borges de Barros, enumeram-se os serviços de guerras de João Borges de Macedo desde 1634 em Pernambuco.

Da união deles, nasceram os seguintes filhos: