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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Poesias de João Borges de Barros

Abaixo, transcrevemos Sonetos do Dr. João Borges de Barros, Mestre Escola da Sé da Bahia, homenagem póstumas ao Rei D. João V - Relação Panegyricas das Honras Fúnebres.



1º. SONETO



“Do Luso Salamão, Monarca invicto ,
Todo o universo a perda infausta sente ;
Porque a quanto ilumîna o sol ardente ,
Chega do Império seu o amplo districto .

Da immensa dor o circular conflicto ,
Ao setimo trião, ao Austro ingente ,
Ao berço Eóo, à plaga do Occidente ,
Verte igualmente o pranto, forma o grito .

E inda a circulos novos se estendera
De Affetos immortaes fineza rara,
Em fé de quanto amára o que perdéra.

Não cabe enfim no mundo a dor amara:
Novos orbes suspira, nova Esféra ;
Pois se mais mundo houvera, lá chegàra .”


do Dr. João Borges de Barros
Mestre - Escola Sé da Bahia



2º SONETO


“Aquelle Augusto Rey, cuja grandeza
Nos ambitos do mundo não cabia ,
Quando a immortalidade merecia ,
Então paga o tributo a natureza .

Do orbe não bastava a redondeza
Para esféra da sua Monarchia ,
Porém hoje a hum sepulcro a Parca Impîa
Decahido o deixou de tanta Alteza :

Foy lastimosa accão, mas claro engano
Padece a Parca em mal tão fementido
Contra o nosso Monarca Lusitano :

Pois qual nos Astros sempre o Sol luzido ,
Se reproduz morrendo, o Soberano
Fica em suas acções reproduzido .”

Dr. João Borges de Barros
No Tumulo de Sua Magestade,